domingo, 3 de abril de 2011

Da Rejeição à Autoconsciência


Da Rejeição à Autoconsciência – Mecanismos a serem empreendidos


Por nos empreender demasiadamente em um único objetivo de felicidade, alegria, afeto, bem-estar e satisfação plena, acabamos por colher todos os frutos sobre uma perspectiva negativa, ao passo que nem sempre o resultado de uma escolha ou não escolha, sejam direta ou indiretamente ligadas a nossa ação e saber que o outro também tem o direito de ter suas escolhas segundo suas afinidades.

Ter consciência dos sentidos e significados naturais e complexos presentes em quaisquer relacionamentos nos resguardaria quanto aos desencontros afetivos e emocionais capazes de desencadear desequilíbrios psicológicos, estes que comumente nos conduz à depressão plena ou a uma desilusão existencial significativa que nos cegaria todas as potencialidades no âmbito da criatividade e resiliência humana.

Consciência é inerente a cada ser humano, salvo os patológicos que por uma condição biogenética são privados. A consciência nos coloca numa condição de superioridade entre os seres vivos, pelo menos até onde os cientistas conseguiram chegar, é graças à capacidade cognitiva que somos capazes de nos organizarmos em sociedade e de criar regras de convívios nos mais variados níveis sociais, sobretudo nas relações interpessoais entre pessoas de nosso grupo social.

As relações interpessoais se dão também fora do espaço corporativo, do cotidiano escolar, do clube de lazer, dentre tantos outros, assim como no relacionamento afetivo amoroso entre casais hetero ou homo e não obstante entre amigos, uma vez que em muitos casos nos sentimos rejeitados diante uma preferência ou outra de alguns amigos nossos.

Tendo a consciência de como se dão as relações que estabelecemos com o outro e quais são as expectativas investidas, passamos a maturar os desencontros a ponto de não os tê-los como atos de rejeição e injustiça. Logo às expectativas criadas e legitimadas em nossa concepção de sentimentos absolutistas sobre amizade, amor, companheirismo, lealdade e retribuição, passam-se a serem mais reflexivos, saudáveis e maduros, passamos a compreender que não se estabelece uma relação interpessoal saudável se não há anteriormente uma relação íntima de auto-amor, auto-estima enfim, auto-controle emocional.

A rejeição nada mais é do que uma incompreensão entre pares, tanto quem rejeita e quem é rejeitado se colocam em estados de conflitos por não saberem dialogar e terem a consciência dos fatores que desencadeiam o mal-estar, uma vez cientes dos processos primitivos ou demais elementos desagradáveis podem ser visualizados, compreendidos, relidos e expressados sobre uma perspectiva menos traumatizante, já que de fato receber um não quando se é parte de uma crença ímpar, como sentir no coração a chama ardente da paixão ou a inabalável razão do amor, todo e qualquer ser humano minimamente sensível a de se sentir rejeitado, pois fere nosso orgulho, nosso ego e desestrutura o jogo da conquista, da sedução e do prazer do mérito investido e do porto-seguro a âncora eterna que culturalmente construímos e cremos.


Wellington Bernardino Parreiras

Mineirim das Gerais

03/04/11

15:29

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