quarta-feira, 20 de julho de 2011

Germe do Homem


Germe do Homem

Só ou não um humano é sempre humano, o germe homem é estranhamente estranho, um vácuo, uma bomba atômica com pétalas sensíveis e tesão ao prazer, enfim, um paradoxo intermitente, talvez por que estranha a sua estranheza.

Mineirim das Gerais

20/07/2011

15:12

Náufrago a-mar

Fotografia da Cachoeira do Tobogã - Paraty - RJ

Náufrago a-mar

Amuado em tua ausência colho a dor/ cristalizo-me em sofrimento/ sinto o ferir roer a paz de conjugar o teu verbo/ a naufragar percebo o Náufrago a-mar/ hoje sou a brisa de dois só/ hoje sou a morte dum girassol/ um canto só do rouxinol.


Mineirim das Gerais

06/06/2011

17:42

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Sorver


Descia como desce a nascente curso adentro

Sentia como sente a relva sob a neve

Ó frágil pele


Pouso dentro

Entrevejo

O brejo


Tórrido elo


Ouço o berro

Era meu contido silêncio

Silêncios silenciados

A silenciar

Ora são


Pulsa

A repulsa

Hostil oração


Náufrago o ser

Entre o fino fio

Contido

Entre

Rio

E

Mar


Almejo regressar

Quanto afeta o desbravar


Caibo no não cabimento

Rasgo lamentos

Estendo


Toco lento

O fluir

Ir


Insisto

Nisto


Isso

Naquilo


Oblíquo

Tecer


Sorver

O viver


Vem ver


Wellington Bernardino Parreiras

Mineirim das Gerais

18/07/2011

01:11

terça-feira, 12 de julho de 2011

ASSINADO EU! Vanessa Cristina

ASSINADO EU

Por detrás do meu olhar

Há muita história pra contar.

A inocência descoberta

já é meia porta aberta

Para o estranho adentrar.

Nas paredes estão os quadros

invisíveis a olho nu,

Estão expostos, são raros

Mas enxergá-los custa caro.

Por detrás dos lindos lábios

Há frases que não sei ensaiar,

Há palavras que não sei falar

Há perguntas que não querem calar

Por detrás do toque contido,

Há um querer e um suspiro,

realizá-lo é proibido

pelo próprio querer.

Por detrás do belo colo

há um coração

que sonha, erra, luta, busca, vive

uma doce ilusão.

E dentro dele há sentimentos,

afetos, pequenos momentos

que não se explicam

nem com a razão.

Não sei se o que sinto por você é amor, também não sei se é paixão, não sei se é desejo, só sei que é verdadeiro, mesmo que seja só curtição. Eu gosto muito, muito de você. Desculpe por ser quem eu sou, desculpe por ser quem eu fui, desculpe por pensar o que pensei, desculpe pelos que cometi, eu já me desculpei, por enquanto.

Adeus,

ASSINADO EU!

Vanessa Cristina

11/07/2011

22:49


sexta-feira, 8 de julho de 2011

Um títere

Um títere


Mulher,

Cansei de ser seu boneco de amor

O teu arroz, feijão e couve-flor


Às vezes em dias de noite

Num fugaz nascer de sol, nós

Entre quatro paredes de anzóis


Mulher,

Cansei de ser seu boneco girassol, desato os nós

Cansei de fazer realidades de lençóis

A dois sou nota só


Mulher,

Sou teu caviar

Um títere

Sem girassol

A esvair


Mulher,

Cansei de ser boneco inanimado

Com atos programados


Mulher,

Saio

Rasgo lençóis

Ancoro teu coração alado


Mulher,

Cansei de ser feliz

Num porta-retrato imaginário

Quero um amor literário

Não de uma atriz


Mulher,

Cansei de estar

Do lado de fora do faz-de-conta

De ser em teu mar onda


Boneca, não sou seu conto de condão

Tenho alma, espírito e coração

Horizontes sem suas mãos

Sou beija-flor

Digno de amor


Mineirim das Gerais

03/11/2010

02:30

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Implexo em teus encantos o gozo das paixões

Orquidário de Inhotim/MG

Implexo em teus encantos o gozo das paixões

Tecia sentimentos adornados por palavras dóceis, quando mais me inspiravam suas docilidades femininas, mais e mais aperfeiçoavam os fios tecidos, ali diante os infinitos afetos de seus olhares meus pesadelos se desfizeram, havia um conjunto imensurável de esquecidos que nem se quer foram algum dia ditos, sutilmente principiara sob linguagens taciturnas a cura, implexo em teus encantos o gozo das paixões fluíam tais como os perfumes de flores por todo jardim, quando dei conta de mim, me vi assim apaixonado pelos entretons da paixão e pus a contemplar o arco-íris de minhas tempestades.

Mineirim das Gerais

04/07/2011

10:01

sexta-feira, 1 de julho de 2011

"O Curioso caso de Benjamin Button"


Viver pode realmente nos ser violento, pelo menos ninguém sai ileso de uma ou outra ruptura da existência que de modo casual ou não, nos afeta.

Os fios que nos tecem não nos são revelados, por mais racional que seja um ser humano, ele estará refém como qualquer outro ser vivo de Leis Superiores que nos regem segundo sua Natureza, se bom ou não, não sei, se violento ao extremo ou não, no sei, o que sei é que para nossa consciência os incidentes e acidentes nos são caros em muitos casos, sobretudo quando nos afetam direta e indiretamente, pois quando é com o outro, muitos de nós desconhecemos como parte das teias tecidas pela existência.

Mineirim das Gerais

01/07/2011

09:57

Infinitos d’eus – Suplica eu!

Infinitos d’eus – Suplica eu!

Atravancado em meu sentir desço à neve e sinto a gélida ausência de minha presença, redescubro que dentre os desencontros há muitos encontros a encontrar quando sutilmente avisto no íntimo de meus olhos o olhar, sinto ofuscar minhas percepções mais ilustres que gradeiam entre tempos de meus seres sidos e ser sendo, quando desbotado pelo embrutecimento do ser descalçado ao longo do crescimento que abrevia o florescer do sol e o turva ao se pôr nas entrelinhas para além horizonte perceptível ao meu singelo majestoso existir, sensações invadem meu corpo misturando-o entre dimensões indecifráveis de mim mesmo, toco atônito a consciência do corpo que se manifesta a procura de mecanismos plausíveis à vital ciência do pulsar e sinto enrijecida a psique que fora assassinada e suicida no transpor do infinitos d’eus. Corro, ei, psiu eu existo? Nasci só, cresci só, envelheço só, desço à neve e sinto a gélida existência que pena com o peso de sua pena.

Mineirim das Gerais

01/07/2011

00:19